Divórcio com filhos: como explicar essa mudança em cada idade, evitando traumas

divorcio com filhos

Existe uma infinidade de motivos que fazem um casal querer o divórcio. Mas o fato é que, se não estão felizes e não há alternativas para manter a relação, essa pode ser a melhor solução.

Para os casais que têm filhos, pensar na separação traz uma preocupação extra que é a reação das crianças diante de um acontecimento que vai exigir uma grande adaptação na vida de toda a família.

O divórcio com filhos é uma questão delicada, que levanta muitas dúvidas, mas que há várias soluções para que seja um momento vivido sem traumas na vida das crianças.

Table
  1. Divórcio com filhos: separando o casamento da parentalidade
  2. Divórcio com filhos: como explicar para crianças de cada faixa etária
    1. Bebês de até 2 anos
    2. Crianças de 3 a 7 anos
    3. Crianças de 7 a 10 anos
    4. A partir dos 10 anos

Divórcio com filhos: separando o casamento da parentalidade

Independente do motivo que levou o casal a optar pelo divórcio, o primeiro ponto de compreensão - para que esse processo não traumatize os filhos - é saber separar o casamento da parentalidade.

Ou seja, saber agir de modo que os pais continuem sendo presentes na vida dos filhos e que a rotina seja adaptada para que as crianças continuem seguindo em frente com normalidade, apesar da separação.

Aliás, vendo por uma perspectiva positiva, em muitos casos o resultado da separação é melhor do que o esperado, pois a vida conjugal estava atrapalhando a convivência em família. Logo, a separação se torna um alívio para todos, inclusive para as crianças.

De acordo com especialistas em psicologia infantojuvenil, se os pais souberem como agir durante um divórcio com filhos, separando a relação a dois da convivência familiar, serão capazes de prevenir consequências sérias nas crianças, como depressão, baixo rendimento escolar e excesso de introspecção.

Então, veja no tópico a seguir como os pais devem contar sobre o divórcio aos filhos, de acordo com a idade deles.

Divórcio com filhos: como explicar para crianças de cada faixa etária

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Para falar com os filhos sobre o divórcio, os pais devem estar decididos sobre o assunto.

Podem ainda não saber como será o processo de mudanças em detalhes, mas só devem conversar com as crianças quando estiverem certos de que a separação irá ocorrer. Assim evitam confusão e insegurança na mente dos filhos, sejam pequenos ou adolescentes.

Geralmente, em um divórcio com filhos que ocorre de forma consciente e tranquila, os pais optam pela guarda compartilhada em que os dois têm a mesma responsabilidade e poder de decisão sobre a vida das crianças.

Mesmo assim, a recomendação é de que as crianças tenham um lar fixo, seja com o pai ou a mãe. Um lar onde passam os dias da semana e um lar onde passam menos tempo, mas que continua sendo um lar. De modo geral, a orientação dos psicólogos é sobre a importância de organizar a rotina para que a criança se sinta em casa e com a família sempre por perto. A explicação sobre as mudanças para as crianças vão depender da idade delas.

Então, veja essas dicas:

Bebês de até 2 anos

Muitos pais pensam que os bebês de até 2 anos não percebem o que está acontecendo durante um divórcio. Por causa disso, acabam até tendo discussões na frente da criança e permitindo que ela participe da confusão causada pelos adultos.

Mas a verdade é que os pequenos sentem, inclusive, na tensão da mãe durante o momento da amamentação.

Nessa idade, o melhor que os pais podem fazer durante um divórcio com filhos é estarem fisicamente por perto.

Os pequenos precisam sentir os pais. Sentir o toque, o calor, o cheiro, olhar nos olhos, estar junto, no colo. Se os pais não puderem estar o tempo todo com os filhos, é interessante que peçam apoio a familiares mais próximos, como os avós, ou mesmo padrinhos, para que a criança se sinta segura e amada o tempo todo.

Crianças de 3 a 7 anos

Por causa do egocentrismo infantil normal dessa faixa etária, há o risco de que a criança se sinta culpada pela separação dos pais. Por isso, deve-se evitar que elas vejam o momento em que um dos pais vai embora de casa, o que pode trazer um sentimento de culpa e de abandono.

Nesse caso, como a criança já entende (mesmo que de forma superficial) o que está acontecendo, é importante que ela seja trazida para esse período de mudanças de forma positiva e sempre com a verdade.

Se o pai for sair de casa, ele deve levar a criança para conhecer a nova casa antes de ele se mudar e deve falar das coisas boas que irão acontecer a partir de agora, como o clássico exemplo de que agora ela vai ter dois quartos para brincar.

Quando a mudança for ocorrer de fato, os pais devem sentar com a criança e explicar que, agora, eles não vão mais morar na mesma casa, mas que vão continuar sendo papai e mamãe.  Uma boa ideia é preparar um ambiente descontraído, porém calmo, para deixar a conversa fluir como se fosse só mais um acontecimento na vida. Também é importante dar espaço para a criança perguntar o que ela quiser e, claro, responder tudo de forma simplificada, porém, verdadeira.

Crianças de 7 a 10 anos

Nessa idade os pais precisam estar mais atentos com o que dizem e fazem na frente dos filhos, pois a tendência é que eles tentem encontrar formas de “corrigir esse erro” como se pudessem evitar a separação.

Também é comum que os filhos nessa idade tentem encontrar um culpado, apontando o pai ou a mãe como errados e dando pistas claras de como estão se sentindo. Se os pais forem atentos e sensíveis a essas pistas, terão mais facilidade para conversar com a criança sobre o que realmente está incomodando e, assim, evitar os traumas.

No divórcio com filhos nessa faixa etária, a conversa pode ser ainda mais franca, explicando que os pais não se gostam mais como namorados e por isso vão morar em casas diferentes. Mas é só isso que vai mudar, pois a criança continuará sendo amada pelos dois.

Uma dica interessante é aproveitar que nessa idade a criança está engajada com sua vida social e incentivá-la a participar de mais atividades, claro, dentro do que é saudável para a sua rotina. A ideia é desviar o peso da separação, mas mantendo a proximidade com a criança, aproveitando para estreitar ainda mais os laços por meio de uma rotina positiva e animada, cheia de novidades boas para compartilhar.

A partir dos 10 anos

Quando os filhos começam a entrar na pré-adolescência os pais já sabem que virão muitas mudanças por aí. Então, não devem culpar o divórcio pela rebeldia dos filhos. Mesmo assim, devem assegurar que o divórcio não seja motivo para mais conflitos.

Então, ter uma conversa franca sobre os motivos da separação e sobre como será a rotina a partir desse momento é essencial.

Os pais também devem estar preparados para serem julgados e ver os filhos tomarem partido. Mas se continuarem demonstrando que estarão sempre por perto e que estão sempre dispostos a ouvir o que o filho tem a dizer, o processo tende a ser bem tranquilo e com boa aceitação.

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