Quando uma mulher descobre que está grávida, naquele mesmo momento ela se torna mãe.
Cada uma vai viver esse acontecimento do seu jeito, mas todas sentem que a vida acabou de ganhar uma nova direção. Esse sentimento é a prova de que o amor de mãe é um amor de corpo e alma, puro e completo.
O mesmo amor que sentem as mães de anjo.
Mães de anjo: o direito de amar e de viver o luto
As mães de anjo são as mulheres que não têm mais os seus filhos fisicamente, seja porque sofreram uma complicação durante a gestação, no parto ou logo após o nascimento do bebê.
Principalmente as mulheres que perderam seus filhos durante a gestação, passam por uma situação mais complicada que é a dificuldade de viver o luto. Muitas não se permitem exteriorizar a dor da perda quando a gestação foi muito curta ou pelo fato de que não chegaram a ver seus bebês e tê-los no colo em vida.
De acordo com as estatísticas, de 8 a 20% das gestações com menos 20 semanas sofrem aborto. Geralmente ocorre até a 12ª semana de gestação. Ainda assim, essas mães têm o mesmo direito de viver o luto do que outras que perderam filhos em qualquer fase da vida.
A verdade é que essas mães, muitas vezes, sofrem em silêncio. Ao receberem a notícia de que seus bebês se tornaram anjos, elas precisam lidar com um misto de sentimentos como a tristeza profunda, a culpa, impotência e, até mesmo, o sentimento de desqualificação para gerar um bebê.
Esse sentimento é muito comum entre as mães de anjo que passaram longos meses ou anos tentando engravidar. O desejo profundo pela maternidade e a espera ansiosa para ter seu filho nos braços torna a dor do luto irreparável.
Porém, mesmo sendo uma dor que só o tempo é capaz de ensinar a conviver, essas mães de anjo precisam de apoio e de encontrar formas de expressar o que estão sentindo para conseguirem se perdoar e seguir em frente.
O que fazer para lidar com o luto da perda gestacional e neonatal
Para cada mãe, o luto é vivido de uma forma particular, passando por períodos de grande oscilação de emoções. A cura talvez não aconteça, mas é possível aprender a conviver com essa experiência. As mães de anjo merecem compreender que o seu ventre foi o abrigo necessário para que seu anjo cumprisse sua breve missão neste plano.
Mas não é fácil perceber quão importante foi o seu amor de mãe durante esse breve período, por isso é essencial que a mulher reúna ainda mais forças para encontrar formas de expressar sua dor. Essas formas, podem ser:
Conversar com um psicólogo para clarear a mente e compreender os sentimentos;
Se cercar de pessoas que tenham muito amor e empatia a oferecer;
Participar de grupos de apoio e compartilhar suas experiências para ajudar outras mães de anjo;
Conversar com seu anjo sempre que sentir vontade;
Vivenciar a dor nos momentos que sentir necessidade;
Falar, escrever, cantar, expressar de todas as formas possíveis o que sente como um exercício de auto compreensão, auto aceitação e libertação da dor.